Sistema de filtragem: o uso filtros para evitar o entupimento de emissores

Autor: Jéssica de Souza - Data: 14/12/2021

Filtração por sedimentação. Fonte: Flickr.

Já sabemos a importância da qualidade da água na irrigação e os critérios que o determinam: salinidade, sodicidade e toxicidade. Eles servem para prevenir problemas com a deterioração do solo e até mesmo na estrutura das plantas que irão receber essa água.

Além deles temos também a questão de impurezas contidas na água e que podem gerar obstruções e prejudicar a rega uniforme da plantação ou do jardim. Essas impurezas podem ser provenientes do próprio ciclo hídrico que trazem consigo partículas de areia, restos de plástico, pequenos animais aquáticos, entre outros entupimentos físicos. Temos também entupimentos químicos e biológicos, mas nesta matéria iremos focar somente dos físicos e mostrar alternativas de filtragem para evitar esses acúmulos.

Outra maneira de ocorrerem esses entupimentos é na hora de fazer a montagem do sistema de irrigação, arrastando as tubulações e com isso sujeiras entram nos tubos. Com isso, ao colocar em funcionamento a irrigação, as partículas dentro se movimentam e entopem as saídas.

Essas situações ocorrem com muito mais facilidade em uma irrigação localizada pois o orifício de saída da água é muito pequeno e a vazão é baixa.

Para isso é necessário inserir um sistema de filtragem para fazer a separação dessas partículas indesejáveis da água. Mas como essas partículas possuem uma variedade de diâmetros (microns) o ideal é que o sistema tenha filtros que detenham essas diferentes partículas.

A filtragem pode ser por sedimentação, hidrociclones e filtros.

A sedimentação seria a primária, uma pré-filtragem, onde através de um processo de decantação é feita a separação das partículas por gravidade. Um exemplo seriam os reservatórios que armazenam a água e em repouso vai ocorrendo a separação dos sólidos e líquidos. Mas ela deve ser usada com outros tipos de filtragem por separar somente as maiores partículas.

Já os hidrociclones possuem ação centrífuga para separar as partículas. A água entra, inicia no movimento de ciclone e as partículas com densidades maiores que a da água, com mais de 70 microns, se decantam e ficam armazenadas em um reservatório. Esse método costuma eliminar cerca de 95% das partículas de areia, mas não remove materiais orgânicos.

Para remover essas partículas orgânicas é usado o filtro de areia. Esses filtros são, basicamente, um reservatório que contém areia dentro para realizar a filtragem. Um detalhe importante, é que não pode ser usado qualquer tipo de areia, os grãos precisam ser arrastados para terem uma maior área de contato com as partículas.

Outro filtro usado é o de filtro de tela que funciona como uma peneira retendo partículas maiores que sua abertura. A tela pode ser de materiais como o nylon e inox, e sua escolha é através do mesh - abertura - e as partículas que ele retém.

Em um esquema parecido com as telas temos o filtro de discos que possui vários discos ranhurados por onde a água passa e as partículas maiores que a abertura dessas ranhuras ficam presas.

A diferença entre o filtro de tela e o de disco é a questão das partículas que eles seguram, sendo o de disco mais eficiente pois conseguem reter algumas partículas de areia fina e de matéria orgânica.

Para saber qual o “mesh” necessário na escolha do filtro é só consultar o catálogo do fabricante, geralmente em dados técnicos tem a informação de filtração indicada para o produto.

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