Rumo à Eficiência Hídrica: Execução em Projetos de Irrigação com Everson Pinto de Abreu

E
verson pinto de Abreu se formou como Engenheiro Agrônomo em 1996, na Universidade Federal de Lavras, e iniciou sua carreira no ramo do paisagismo. Após abandonar o paisagismo e ficar mais de 2 anos afastado, ele foi convidado por um amigo para trabalhar com irrigação. Seu contato com a área era pouco, mas a partir do seu retorno em 2007 ele não parou mais com o serviço de irrigação, se aventurando em projetos pequenos de paisagismo apenas em situações específicas e emergenciais, já que não fazendo isso acabaria competindo no mercado com muitos de seus clientes. Suas duas empresas, "Moyashi Irrigação" e "MB Irrigação" estão situadas na cidade de Belo Horizonte, a primeira atua com a irrigação profissional e a outra mais como uma empresa de prestação de serviço que vende também materiais. Cerca de 95% dos seus projetos são de irrigação paisagística, oferecendo também consultorias e manutenção, além dos materiais da loja.

Nesse sentido, Everson conta que os tipos de sistema de irrigação que mais vendem é o gotejo e a microaspersão e, nesses casos, ele prefere lidar com projetos novos, já que é mais fácil criar algo do zero do que fazer manutenção em uma grande área, principalmente quando ela está semiabandonada e não é possível mapear o sistema.

"A manutenção é desafiadora nesse sentido. Às vezes você pega um projeto que não é seu para dar uma manutenção você tem que tá quebrando a cabeça de onde que vem a água onde é que estão as coisas, já que a maioria das pessoas não fazem o projeto. Quando é a gente é tranquilo, sabe onde que passou o tubo e por que que não tá funcionando, sabe onde a fiação tá passando. Se o projeto não é seu aí tem um desafio de olhar e imaginar onde a pessoa colocou."

A equipe é composta por 4 profissionais que se comprometem em ser o mais claro possível com o cliente em relação à duração da obra, o custo e as soluções viáveis. Por isso, investir na otimização desses pontos é essencial para entregar um serviço mais eficiente e de qualidade. Dessa forma, Everson busca sempre olhar para o futuro e acompanhar as inovações da profissão. De acordo com ele, a tecnologia está em processo de mudança, agora muitas linhas de programadores vêm com a interface no celular, fazendo que o aparelho fique mais blindado simples de ser manuseado, especialmente quando se trata de irrigação para paisagismo. Então, a tendência é que as pessoas estejam cada vez mais adeptas a automatizar sua irrigação, considerando que diminuiria a mão de obra necessária para manter os espaços. A procura por novas tecnologias que garantam praticidade e economia está sempre em alta, promovendo também medidas mais sustentáveis para o jardim.

A respeito da crise mundial da água, Everson defende que a quantidade de água que tem no mundo é a mesma, portanto ela não está acabando. Contudo, os Olhos dÁgua, isso é, as nascentes, estão diminuindo consideravelmente. Além disso, a distribuição física no solo isso também traz impactos negativos, poluindo as águas e aumentando o nível dos rios por meio do desmatamento da mata ciliar e a impermeabilização do solo nas cidades. Mesmo assim, um jardim ou uma plantação não consegue sobreviver apenas das chuvas sem encarar perda de plantas. Muitos investem em um sistema de irrigação até em época chuvosa, a fim de não correr riscos. Logo, a irrigação automatizada entra como solução para diminuir o desperdício desse recurso, permitindo tanto na agricultura quanto no paisagismo uma precisão maior da quantidade necessária de água para cada espécie, mantendo uma rega periódica e evitando excessos. Tal ação é sustentável não só por consumir menos de forma inteligente, mas também no fator econômico, pois é mais barato do que contratar alguém para regar ou desperdiçar.

Em meio a sua rotina de irrigar desde jardins a plantações, os jardins verticais da cidade de Belo Horizonte marcam maior presença em prédios, na maioria das vezes feito por construtoras. Por mais que para ele sejam fáceis de trabalhar, alguns cuidados devem ser tomados ao implantá-los em interiores, porque o pouco volume de água que sobrar da irrigação não será absorvida pelo solo, exigindo o uso de um recipiente para armazenar essa água e uma pequena bomba para impulsioná-la de volta às plantas. Nesses casos, projetar com o auxílio de um software de excelência traz uma facilidade maior para o processo.

"Eu gosto muito do software. A questão da rapidez, quando ao dimensiona sai a tubulação toda para você, ajuda e agiliza demais para mostrar pro cliente onde vai molhar e onde que não vai. Antes tinha que contar quantos tubos, marcar quantos metros de tubo à mão, não ficava algo tão preciso. Às vezes eu faço ele em meia hora, antes levava umas 2 horas e meia e depois eu ainda tinha que contar tudo."

Por fim, ele comenta que para aqueles que estão iniciando na área, o melhor caminho para o sucesso é procurar se informar o máximo possível o tempo todo. Conhecer os produtos disponíveis no mercado e buscar entender a irrigação por meio de uma formação ou cursos práticos que te forneçam uma bagagem teórica evita com que você se torne o tipo de profissional que repete o mesmo projeto a vida inteira. Ainda, obter ferramentas de qualidade, saber mediar o projeto e sua execução e ter perseverança e disposição são outros pontos chaves para ir além do difícil começo e alavancar sua carreira.

"Por exemplo um bom software ajuda muito, porque evita algum deslize que você possa cometer ao projetar. Mas, sem uma formação você vai fazer sem entender o porquê, o projeto é uma coisa e a execução é uma outra etapa, então elas têm que estar conversando entre si."

Assista a entrevista completa aqui: