Irrigação Paisagística: Soluções Eficientes e Sustentáveis com Mário Jablonski da Irrig Master
Autor: Victor Campanate - Data: 10/07/2024
Mário Jablonski é engenheiro eletricista e proprietário da IrrigMaster, uma empresa especializada em irrigação paisagística. Com 23 anos de atuação, a IrrigMaster oferece soluções de alta qualidade para projetos de irrigação em jardins horizontais e verticais, nebulização de orquidários, despoeiramento e resfriamento de telhados.
Mário Jablonski começou sua jornada na área de irrigação nos anos 90, quando descobriu informações sobre o assunto através de um site americano. Ele baixou apostilas da Hunter, uma marca renomada no setor, e começou a estudar. Sua paixão pela automação e interesse em projetos de irrigação o levaram a montar um sistema de irrigação em sua própria chácara, utilizando materiais de outra empresa americana.
Inicialmente, a IrrigMaster tinha uma loja em São Paulo, mas Mário percebeu que seu talento estava mais voltado para projetos e automação do que para vendas em loja. Ele abandonou a parte elétrica e concentrou-se na irrigação paisagística. Hoje, a empresa é revendedora autorizada das marcas Rain Bird e Hunter, além de trabalhar com outras marcas como Galcon, Naandan, Bacara, Schneider, Irritec, Tigre e Amanco.
Com uma equipe especializada e tecnologia de ponta, a IrrigMaster atende clientes em todo o Brasil, oferecendo projetos personalizados e manutenção de qualidade. Seja para jardins verticais, resfriamento de telhados ou nebulização de orquidários, Mário Jablonski e sua equipe estão comprometidos em fornecer soluções eficientes e sustentáveis para a irrigação paisagística.
O atual contexto da irrigação
Mário Jablonski toca em um ponto crucial: a instalação de sistemas de irrigação pode ser dispendiosa, especialmente quando consideramos que grande parte dos produtos é importada e, portanto, sujeita a taxas e custos adicionais.
A decisão de investir em irrigação paisagística deve ser cuidadosamente ponderada. Quando um jardim é projetado desde o início com a irrigação em mente, os resultados são mais eficazes e harmoniosos. Arquitetos e paisagistas que incorporam a irrigação como parte integrante do projeto inicial estão no caminho certo. No entanto, nem todos seguem essa abordagem, e muitas vezes a irrigação é considerada apenas após a conclusão do paisagismo.
A crise hídrica em São Paulo, que ocorreu há alguns anos, certamente influenciou a conscientização das pessoas sobre a importância da água e da gestão responsável. A escassez de recursos hídricos nos lembra que não podemos dar a água por garantida. Como profissionais, temos a responsabilidade de educar nossos clientes sobre o uso eficiente da água e as opções disponíveis para minimizar o desperdício.
O exemplo mencionado sobre regar manualmente e deixar a mangueira ligada enquanto atendemos ao telefone é um alerta importante. A automação da irrigação não apenas economiza água, mas também garante que as plantas recebam a quantidade adequada no momento certo. Além disso, a tecnologia avançou, permitindo sistemas inteligentes que se adaptam às condições climáticas e às necessidades específicas de cada área do jardim.
Quanto aos custos, é verdade que a irrigação pode representar uma parcela significativa do investimento total em paisagismo. No entanto, é essencial considerar o retorno desse investimento. Um jardim bem irrigado não apenas valoriza a propriedade, mas também contribui para a saúde das plantas e a beleza do espaço. Além disso, como mencionado, alternativas sustentáveis, como a captação de água da chuva, podem ajudar a reduzir os custos operacionais a longo prazo.
Em resumo, a irrigação paisagística é uma parte essencial do planejamento de jardins e deve ser vista como um investimento estratégico. Com conscientização, escolhas inteligentes e tecnologia adequada, podemos criar espaços verdes bonitos e sustentáveis.
Paisagismo é Arte; Irrigação é uma aquarela.
"Eu sei que paisagismo, para mim, é uma arte. Tá, é a mesma coisa de uma pintura de um quadro. Você tem que idealizar isso; é um artista. O paisagista, para mim, é um artista. Ele tem que deixar aquilo a gosto dele, do cliente. É uma pintura, aquilo, e tem que ser um efeito fantástico. Só que nessa mescla, alguns paisagistas esquecem das espécies. Eles colocam algumas espécies que a quantidade hídrica está misturada, depende entre as espécies. Ou seja, suculentas misturadas com outras que necessitam de mais água. Isso fica bonito, mas não é prático. Fica difícil de você fazer uma irrigação assim, porque não dá para contentar todo mundo, né? Então, você tem que fazer uma mescla. Realmente, é difícil. Muitos não colocam. Já vi casos assim, no meio de vegetação de suculenta, o pessoal põe papiro. Papiro precisa nadar na água, né? É completamente diferente de uma suculenta. E estão juntos no mesmo canteiro. Não dá para fazer isso. Até eu brinco com o paisagista: falei numa dessas, quando tiver chuva, eu tenho que fazer vários guarda-chuvas diferentes, porque um vai ter um, pode molhar outro não. E como é que você fez para descobrir essa necessidade hídrica de cada planta? Porque, no final, o paisagista bota 50 espécies num jardim, e você que tem que cuidar delas, né? Exatamente. Aí vai o estudo e conversa com os paisagistas, porque realmente eu não sou botânico, né? Mas eu preciso saber o que cada espécie precisa. Então, eu preciso conversar sobre isso."
O paisagismo é, de fato, uma arte que envolve a criação de espaços verdes harmoniosos e agradáveis. Assim como um pintor escolhe cuidadosamente as cores e pinceladas para compor uma obra de arte, o paisagista seleciona plantas, texturas e elementos para criar um cenário visualmente impactante, mas, para todo projeto, ele deve considerar as necessidades de cada espécie. Algumas plantas requerem mais água, enquanto outras preferem condições mais secas. Misturar suculentas com plantas que precisam de mais água pode ser esteticamente agradável, mas pode ser impraticável para a irrigação, por exemplo. É importante conhecer as características de cada planta, como sua tolerância à seca, preferência por luz solar, necessidades hídricas específicas e etc.
O diálogo entre o paisagista e o responsável pela irrigação é crucial. Compreender as necessidades hídricas de cada planta ajuda a otimizar o sistema de irrigação.
"Nem todo paisagista sabe disso. Ele sabe, como eu falei, a pintura do quadro. Mas qual é a parte interna desse quadro? Ele não sabe a tinta que vai usar lá dentro. Isso a gente pergunta muito. Quer dizer, é lógico que, depois de tantos anos, a gente já até sabe qual espécie precisa mais ou menos. Inclusive, a parte de terreno é a mesma coisa. Se você tem um terreno muito arenoso ou muito argiloso, faz diferença também. Então, não é uma mescla de itens. Mas simplesmente você põe lá uma mangueirinha, um aspersor, tá tudo certo? Não vai funcionar. Você vai ter que regar individualmente cada planta. Aí vai ter que botar aquela bem localizada. Quase isso. Você imagina fazer um projeto desse, onde cada 10 metros, você tem que mudar o tipo de irrigação. Como é que você faz um negócio desse? A que custo vai ficar isso? O cliente não vai aceitar. Então, você tem que conversar com o paisagista e falar: ‘Olha, tá difícil. Dá uma mudada aqui, quem sabe?’ Não dá para ir mais para lá, mais para cá. Para fazer, não são todos, mas tem muitos que ainda pecam por simplesmente fazer uma pintura e esquecer desse tipo de coisa. Quer dizer, o ideal é desenvolver os dois projetos juntos, né? O paisagismo e a irrigação em conjunto, até para ter essa troca, essa possibilidade de feedback. O ideal seria isso. Mas aí, eu já vejo alguns casos, que eu vejo em algumas entrevistas, ou vocês mesmo fizeram, onde vejo paisagistas e irrigantes. O paisagista irrigante, eu acho que não existe."
Um parecer sobre o mercado atual:
"Eu acho uma concorrência desleal porque existem muitas empresas sérias e muitas pessoas que estão iniciando agora e não têm a menor ideia. Então, essa que não tem ideia, ela põe o preço que ela quer. É muito sem sentido. Às vezes, toma o dinheiro do cliente inicialmente e nem volta mais, ou não conclui o projeto, não dá assistência depois. Então, fazer a concorrência por número é muito complicada. Eu não vejo, salvo algumas construtoras ou, vamos dizer, consultoras até pequenas, que exigem que seu orçamento contemple certas coisas. Porque, como eu falei, às vezes a construtora pede: "Qual é o valor que você vai fazer para mim naquele projeto de paisagismo que eu apresentei?" Sem falar, bom, eu preciso que você me dê uma garantia de um ano, de cinco anos, que você me dê um projeto bem feito, um projeto executado. Isso que ninguém olha. A construtora não vê isso. Ela vê números. Até que você chegue no cliente final e fale: "Isso já rodou muita água" a gente não tem mais acesso. Aí já foi."
Ao ser questionado sobre a manutenção de projetos de outros profissionais, Mário respondeu:
"Faço. A primeira coisa que eu pergunto: "Existe projeto? Você teve um projeto?" Segundo, qual é a marca do equipamento que você utilizou? Se ele tem essses dois itens, fica mais fácil. Primeiro, porque eu posso dar assistência em dois produtos que eu revendo. Se eu tenho uma marca X que eu não conheço, eu não posso dar assistência para ele. E se tem projeto, porque se não tem projeto, eu não sei onde está o encanamento, onde estão as válvulas, onde estão as peças. Se as peças estão cobertas pela grama, se ele não está, eu não sei. Fica difícil. Se eu conheço as marcas? Fácil! Só que marca que você nunca ouviu falar na vida... Meu produto custa 20, o outro custa cinco, e eu vou pôr o que custa cinco para mim ganhar concorrência. Só que esquece garantia. Esquece o resto, né? E não é assim que funciona, ao menos o meu conceito não é esse. Eu quero tomar café com o cliente no final. Eu não quero ir na casa dele para escutar reclamação e nem fugir do cliente depois que faz a obra. Ou parar de atender o cara porque é o cliente que deu zebra."
Dicas para Iniciantes
"Tem que ter, no mínimo, algum conhecimento na área de execução, por exemplo, que ele tenha alguma formação técnica, de alguma base. Não importa que seja da parte civil, da parte hidráulica, não importa. Por que isso? Para que ele consiga entender o que vem pela frente. Porque se eu não tenho conhecimento técnico, não consigo ler o que é um aspersor? O que ele faz? Ou quais são as medidas a serem tomadas? Então, acho que o básico é isso: tem que ter uma formação mínima técnica. É lógico que é essencial que ele tenha essa vontade de crescer. Não se limite apenas a isso; ele tem que se expandir e ter muito contato com os paisagistas e com o cliente para que ele consiga desenvolver esse outro lado, não só a parte técnica, mas também a parte comercial. Se ele não tiver isso, não conseguirá ir para frente. No meu modo de ver, a parte técnica é essencial, porque, logicamente, para que ele tenha sucesso em sua empresa, ele precisa ter uma parte comercial razoável. Se ele não tiver o conhecimento técnico, só tiver a parte comercial, vai vender o quê? Ele vai vender, mas não vai saber discutir nem o que é uma coisa ou outra. Até vende, mas não entrega, né? Vai vender bolo e entregar uma pizza. As pessoas param de comprar rapidinho.
Confira a entrevista completa:
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