Seleção de emissores e as vantagens da irrigação de baixo volume

Autor: Marcelo Zlochevsky - Data: 12/01/2021

Os emissores usados em sistemas de irrigação de paisagismo podem ser agrupados em três famílias conforme suas principais características e forma de aplicação de água: Aspersores Spray, Aspersores Rotor e Emissores do Baixo Volume.

Aspersores Spray são emissores acoplados na parte superior de suportes escamoteáveis, que emitem jatos de água fixos, irrigando todo o arco e raio de cobertura de uma só vez sem movimentar ao redor do próprio eixo. Seu uso é comum na irrigação em jardins de menor dimensão, incluindo gramados, canteiros, arbustos e taludes de baixa declividade. Os bocais dos aspersores spray podem ser de arco fixo ou ajustável. O perfil de umedecimento pode ser circular, em “U” ou em faixa com opções de jato de água e raio de alcance alcançando até 6 metros. A Precipitação dos bocais spray varia entre 40 a 50 mm/h. São os emissores mais sensíveis ao vento, alcançando índices de uniformidade de até 70%.

Aspersores tipo Rotor são emissores escamoteáveis, com bocais acoplados na parte superior, com um jato contínuo que gira em torno do próprio eixo pela ação de engrenagens e pela pressão da água. Seu uso é comum na irrigação de gramados de maior porte, Campos de Futebol, Golfe, Rugby e Basebol. Em jardins de maior dimensão, é usado nas áreas comuns de condomínios residenciais, parques, praças, cemitérios e outros. Os rotores são também usados em quadras de tênis de saibro e em pistas de corrida de cavalo no controle de poeira. Cada rotor tem um conjunto próprio de bocais com ângulos do jato, alcances e vazões característicos. O raio de alcance dos rotores varia de 5 a 30 metros. O arco pode ser ajustado de 5° a 360° e a precipitação varia de 15 a 20 mm/h. Sendo menos sensíveis ao vento, podem alcançar índices de uniformidade de até 85%.

Emissores de Baixo Volume ou Irrigação Localizada aplicam a água próximo à planta e de forma individual, em pressões e vazões mais baixas que os aspersores. Destacam-se pela economia de água, alto nível de eficiência e maleabilidade na solução da irrigação de áreas com formato variado e de pequenas dimensões. Esta família inclui tubos gotejadores, com opção para instalação sobre o solo ou subsuperficial.
Este artigo terá foco nos emissores de Baixo Volume, com demanda crescente na irrigação de paisagismo, em vista dos diferenciais e vantagens cada vez mais valorizados, a exemplo da evolução observada na irrigação agrícola, em constante crescimento desde os anos 1970.

Os equipamentos de irrigação de baixo volume proporcionam diferenciais por aplicar água apenas onde desejado, eliminando as perdas por escorrimento e deriva com o vento. As vazões, pressões e taxas de precipitação são as mais baixas, alcançando índices de uniformidade e eficiência de 95%, com flexibilidade no manejo da rega, o que reduz o consumo de água e de energia. A operação e a
manutenção têm o menor custo comparado com os demais sistemas. Estas vantagens credenciam um sistema de Irrigação de Baixo Volume a contribuir às pontuações de órgãos certificadores em sustentabilidade, como a escala LEED emitida pelo Green Building Council.

Para desfrutar dos benefícios da Irrigação de Baixo Volume é necessário ter um projeto paisagístico e de irrigação detalhados e bem elaborados, conhecer bem as plantas que compõem o paisagismo a ser irrigado e a água a ser usada na irrigação, bem como as características do solo usado. A instalação bem feita e precisa é essencial para alcançar os bons resultados e garantir longa vida útil ao sistema com a mínima manutenção.

A Irrigação de Baixo Volume é adequada a qualquer tipo de Jardim, mas tem destaque das vantagens e diferenciais na irrigação de jardins verticais, telhados verdes, vasos e jardineiras, canteiros em áreas estreitas e recortadas, canteiros centrais de ruas e rodovias, áreas de tráfego intenso, e na irrigação complementar de plantas isoladas de maior demanda de água.
Os produtos confeccionados em material plástico, tem resistência diferenciada em ambientes mais agressivos e sujeitos a intempéries climáticas, forte insolação, maresia e regiões de ventos de maior intensidade. A resistência diferenciada dos materiais permite o uso com águas de reuso e águas cinzas, instalando a filtragem adequada a remoção das partículas sólidas, sem a interferência do odor e da cor da água.



A Irrigação de Baixo Volume oferece a melhor relação PLANTA-CLIMA-ÁGUA-SOLO-AR e permite atender controladamente a profundidade do sistema radicular de cada tipo de planta.
Os emissores usados na Irrigação de Baixo Volume emitem jatos, gotas, borbulhas ou névoas de água, podendo ser classificados em três tipos conforme a aplicação.

Os Emissores Abrangentes aplicam a água de forma controlada em toda a superfície das plantas irrigadas. Nesta categoria incluímos nebulizadores, sprays e borbulhadores.

Os Emissores Pontuais aplicam gotas em um determinado ponto, sem molhar toda a superfície do entorno da planta. São instalados manualmente em tubos de Polietileno ou PVC durante a montagem no espaçamento desejado. Nesta categoria incluímos os gotejadores de botão de uma ou mais saídas e alguns tipos de borbulhadores.

Os Tubos Gotejadores têm emissores inseridos em tubos de polietileno no ato da extrusão do tubo, em espaçamentos pré definidos, com instalação flexível e fácil.

A utilização de equipamentos usados na irrigação agrícola nem sempre será compatível com a irrigação de paisagismo, por diferenças construtivas que impactam na vida útil, no tempo e facilidade de instalação e manutenção, e adequação as demandas diferenciadas das plantas.
A ilustração a seguir exemplifica conexões usadas, como o adaptador roscável ¼” x Rosca Fêmea ½” para instalação em um tubo aparente no jardim, o adaptador roscável de ¼” x rosca de porta spray escamoteável e o adaptador roscável de ¼” x Rosca Macho ½” para instalação em uma rosca fêmea de ½” de uma derivação de um tubo enterrado no jardim.



Temos ainda uma ampla gama de conectores dentados de ¼” de fácil montagem, para a derivação com microtubo flexível, como união, joelho, tee dentado e estacas de fixação que permitem a derivação de tubos de polietileno e PVC quando necessário um afastamento.



Para tubos gotejadores há uniões, joelhos, tees e adaptadores para rosca de ½” e ¾”, especificas para cada diâmetro com encaixe por pressão. Recomenda-se utilizar conexões e tubos do mesmo fabricante, evitando solturas e vazamentos. A ilustração exemplifica algumas conexões e ferramentas. Há também tubos de polietileno com conexões pré inseridas que reduzem o tempo de instalação e facilitam a adequação ao formato do jardim.



A fixação ao solo com o auxílio de estacas, assegura o posicionamento correto do emissor para que a água seja aplicada exatamente no ponto desejado, com opções e modelos conforme a necessidade. O uso de tampões terminais previne contra a entrada de insetos e evita jatos distantes do local desejado.



A ilustração a seguir exemplifica a instalação de gotejadores de inserção com face dentada em tubos de polietileno conforme cada demanda.
O gotejador inserido diretamente no tubo de polietileno é a opção de custo mais baixo, quando não for necessário afastá-lo do tubo e fixá-lo no exato local a irrigar.
O Gotejador no tubo de polietileno com um microtubo de prolongamento permite aproximar da planta irrigada. É a opção para evitar impactos na vazão quando o acessório anti inseto da ponta do microtubo for acidentalmente removido, mas limita o comprimento do microtubo. É adequado a locais públicos expostos a vandalismo.
O Gotejador na extremidade do microtubo garante vazão uniforme com diferentes comprimentos de microtubo, mas terá a vazão descontrolada se acidentalmente removido da ponta. É conveniente a instalações residenciais menos expostas a vandalismo.


No próximo artigo trataremos das vantagens e diferenciais da irrigação sub superficial.

Veja também:
Política Nacional de Agroecologia e Produçao Orgânica (PLANAPO)
HydroLANDSCAPE - Selecionando aspersores sem setor
HydroLANDSCAPE: Alterar a unidade de exibição das medidas
HydroLANDSCAPE: Explorando Mapas, Cartas, Curvas de Nível



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