Revolução da Irrigação Digital no Brasil: O Futuro da Agricultura Sustentável
Autor: Victor Campanate - Data: 10/06/2024
Nos últimos anos, a agricultura irrigada no Brasil tem passado por uma verdadeira transformação digital. Produtores rurais agora têm à disposição soluções tecnológicas avançadas que fornecem dados cruciais sobre solo, clima e necessidades específicas para diversas culturas. A era dos sensores e equipamentos de coleta de dados chegou, permitindo um monitoramento preciso de plantas e solos, e até mesmo das condições climáticas, garantindo informações valiosas safra após safra.
Essa nova onda de irrigação digital é marcada pela coleta, transmissão, armazenamento, processamento e análise de dados digitais. Prestadores de serviços especializados utilizam essas informações para orientar os irrigantes sobre o melhor momento e quantidade para irrigação, otimizando o uso da água e aumentando a eficiência das colheitas.
Contudo, a adoção dessas tecnologias digitais ainda enfrenta barreiras. Nem todos os irrigantes têm acesso ou estão preparados para integrar essas ferramentas em suas rotinas. O estudo da Embrapa, “Tendências, desafios e oportunidades da Agricultura Digital no Brasil” de 2020, revelou que 84% dos produtores rurais já utilizavam alguma forma de tecnologia digital, incluindo aplicativos móveis e sensores de campo. No entanto, 41% dos entrevistados indicaram a falta de conhecimento sobre quais tecnologias seriam mais adequadas para suas necessidades, e 36% mencionaram a necessidade de maior capacitação.
O conhecimento aprofundado sobre as tecnologias disponíveis e seu potencial é fundamental para sua adoção efetiva e aceitação pelos produtores. Atualmente, muitos dados do setor agropecuário ainda são coletados manualmente e depois digitalizados, enquanto outros já são capturados eletronicamente desde o início.
A realidade da agricultura digital no Brasil varia significativamente de um estado para outro e de cultura para cultura. Fatores como o valor agregado do produto agrícola, a extensão da área cultivada e a infraestrutura de comunicação influenciam essa diversidade.
Existe o risco de que os benefícios potenciais da agricultura digital não sejam plenamente aproveitados por uma parcela considerável de irrigantes, especialmente aqueles com deficiências no conhecimento sobre o uso eficiente de ferramentas digitais. É crucial que ferramentas intuitivas e de fácil uso sejam disponibilizadas, principalmente para aqueles menos familiarizados com a tecnologia, os chamados irrigantes “analógicos”.
Sem a devida orientação e capacitação, muitos produtores podem falhar em alcançar a eficácia e eficiência desejadas na irrigação. A tecnologia, por si só, não assegura os benefícios que pode oferecer. Portanto, a difusão do conhecimento e a capacitação dos usuários são peças-chave para a inclusão digital no setor de irrigação, garantindo que os produtores possam tomar decisões corretas e executá-las com competência.
Fonte.
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